Luís Miguel da Silva Rocha, de seu nome completo,
embora nascido na maternidade Júlio Dinis, na cidade do Porto, no dia 14 de
Fevereiro de 1976, veio para Mazarefes (Viana do Castelo), Portugal, muito
novo, a ponto de aqui frequentar a Escola Primária. Depois passou dois anos na
Frei Bartolomeu dos Mártires e três anos no Monte da Ola, acabando por
completar os estudos secundários, 12.º ano, na área das Humanidades, na Escola
Secundária de Santa Maria Maior, Viana do Castelo. Ultimamente, andava a
concluir a licenciatura em História, na Faculdade de Letras da Universidade do
Porto.
Foi aos 16 anos, quando por aqui andava por terras de
«S. Simão da Junqueira de Mazarefes», que escreveu o primeiro capítulo daquele
que viria a ser, anos mais tarde, os livros Um País Encantado e,
posteriormente, publicado com o novo título A Virgem.
Foi operador de câmara na TVI durante um breve período
em que trabalhou nas transmissões das missas desse canal, sendo de realçar o
facto que uma delas viria a ser transmitida na terra que adoptara como sendo
sua, Mazarefes.
Depois rumou a Londres onde exerceu funções como
guionista, tradutor e, por fim, iniciou-se na actividade literária. Começou com
Um País Encantado em 2005, mas o sucesso internacional chegou com O
Último Papa que percorreu o mundo e o tornou no primeiro escritor português
a ser bestseller do prestigiado Top do New York Times. Seguiram-se os
livros Bala Santa, A Mentira Sagrada e A Filha do Papa.
Com estes livros liderou também as tabelas de vendas no Reino Unido.
Infelizmente, não chegou a concluir aquele que seria o seu próximo livro, A
Resignação.
Em 2012, Mazarefes, espaço temporal que ele ajudou a
colocar no mapa internacional, prestou-lhe uma singela homenagem, através da
Associação Social, Cultural e Desportiva da Casa do Povo de Mazarefes
(ASCDCPM), ao atribuir-lhe o título de Cidadão de Mérito Cultural. Humilde
significado para a dimensão universal de um grande escritor, mas que deu
testemunho da profunda gratidão das suas gentes. Nesta humilde e pacata
freguesia, do Norte de Portugal, ficará a sua última morada, local onde
repousará o sono eterno, e do qual a Autarquia Local prometeu, em discurso de
circunstância, tudo fazer para que seja um local de culto, um marco, um templo
das Letras, da universalidade, dos seus milhões de leitores que tem espalhados
por todo o mundo.
Momentos, vivências, espaços e passos comuns, que
ficarão na memória do tempo que está para lá dos tempos. Dia 27 de Março de
2015, dia da despedida do espaço temporal, físico, patamar de suspeição da
inexistência do tempo, creditando as nossas capacidades cognitivas viajando no
próprio "tempo", movimento através de um espaço contínuo. No dia
anterior, 26 de Março de 2015, Luís Miguel Rocha atingira o
"parinirvana", aquela dimensão em que se dá a extinção das dez
máculas (desejo, ódio, erro, orgulho, especulação, cepticismo, torpor mental,
agitação, impudor, inconsciência) e dos cinco grupos de existência (corporalidade,
sensações, percepções, formações mentais, consciências). Perdoa-nos amigo/irmão
Luís Miguel, dado que nos agrada mais falar assim que vivermos atormentados
pelo torpor da morte.
Continuas a bater bem forte dentro de nós.
Hoje e sempre!
Obrigado, Porfírio, pela memória e homenagem ao escritor Luís Miguel Rocha. Abraço!
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