«Abel Viana foi uma
personalidade notável e uma referência essencial em período decisivo para o
desenvolvimento dos estudos arqueológicos em Portugal…»
Marcelo Rebelo de Sousa
Foi no pretérito dia 18 de Maio do corrente ano, qual
soalheira quarta-feira nos levaria, em representação do Município de Viana do
Castelo, até ao Museu Nacional de Arqueologia, instalado no Mosteiro dos
Jerónimos, para assistirmos à inauguração da Exposição «Lusitania Romana: Origem de dois Povos» e ao lançamento do livro «Actas da Jornada: Abel Viana (1896-1964)
Paixão pela Arqueologia», cujo evento contou com a presença do Professor
Marcelo Rebelo de Sousa, actual Presidente da República.
Abstraindo-nos do acto pessoal de representatividade e da
qualidade do dignitário da nação portuguesa, de somenos importância para o nosso
“correr da pena” e sentido ético de imparcialidade, apenas nos debruçaremos
sobre os conteúdos do referido livro de actas, que conta com anuência escrita
do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, em jeito de Apresentação: As presentes Actas da Jornada Abel Viana são
editadas autonomamente apenas porque não foi materialmente possível publicar um
número específico do prestigiado “O Arqueólogo Português”, como inicialmente
sonhado. Mas, o sentido de justíssima homenagem ao Mestre não se perdeu com as
vicissitudes da edição. Muito pelo contrário, a ideia-chave da Jornada, tal
como a da divulgação dos magníficos textos ora coligidos permaneceu viva e
mereceu o apoio entusiástico da Fundação da Casa de Bragança, que organizou, no
Castelo de Vila Viçosa, exposição evocativa e secundou a iniciativa lançada
pelo dinâmico Director do Museu Nacional de Arqueologia, Senhor Dr. António
Carvalho… – citamos “ipsis verbis”.
A publicação das referidas actas é o resultado do
reconhecimento e evocação, por parte da Fundação da Casa de Bragança, da figura
e da acção do insigne arqueólogo vianense Abel Viana (1896-1964), quando, em
2014, se assinalou o cinquentenário do seu passamento. Essa efeméride, que
contou com o apoio do Museu Regional de Beja, foi assinalada com a organização
e promoção de uma Exposição que esteve patente ao público no Castelo de Vila
Viçosa, de Março a Dezembro desse mesmo ano, denominada “Abel Viana – Paixão
pela Arqueologia”, a qual foi acompanhada por um catálogo, vindo a culminar, em
Setembro, por ocasião das Jornadas Europeias do Património, com um ciclo de
conferências.
Porque seria fastidioso aqui esmiuçar os conteúdos das
intervenções nesse ciclo de conferências, que envolveu o Museu Nacional de
Arqueologia, apenas referiremos o autor e o título das comunicações: José d’Encarnação, do Centro de Estudos
de Arqueologia, Artes e Ciências do Património, da Universidade de Coimbra, da
Academia Portuguesa da História e da Academia das Ciências de Lisboa – Jeannette U. Smit Nolen: In memoriam (p.
12-19); João Luís Cardoso, da
Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História, da Universidade
Aberta e do Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras (Câmara
Municipal de Oeiras) – Abel Viana
(1896-1964): uma vida de arqueólogo (p. 20-72); António Carlos Silva, da Direcção Regional de Cultura do Alentejo –
O legado de Abel Viana para a Arqueologia
do Alentejo (p. 73-82); e, finalmente, Mónica
Rolo, UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa e Bolseira
de Doutoramento – Abel Viana e Vila
Viçosa (p. 83-110). De salientar que, para além da “Apresentação” (p. 7) de
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente
do Conselho Administrativo da Fundação da Casa de Bragança, este magnífico
livro conta ainda com “Palavras Prévias” (p. 9-11) de António Carvalho, Director do Museu Nacional de Arqueologia, que
escreve a dado momento: O arqueólogo Abel
Viana e o seu labor mereciam ser recordados e, entre as instituições que
poderiam fazer esta justa homenagem, a Fundação da Casa de Bragança assume um
papel de destaque. / Abel Viana esteve ligado à génese da constituição do Museu
Arqueológico da Fundação e nesse quadro à realização de muitas campanhas de
trabalhos arqueológicos subvencionados pela mesma. O contributo de Abel Viana
para o desenvolvimento da Arqueologia do norte alentejano foi decisivo (…)
– citamos e subscrevemos.
Nós por cá, Alto Minho, impõe-se-nos a obrigação de fazermos
um pouco mais pela memória de Abel Viana. Res angusta domi!
(In, Notícias da Barca, Ano XL, N.º 1246, 10 de Junho de 2016, p. 7 - Crónicas do Átrio e do Lethes-21)
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