Na bruma que envolve a manhã, as linhas do horizonte são apagadas, e o nevoeiro, denso e silente, atua como um véu de mistério sobre o mundo. E assim, na quietude desse cenário enevoado, o olhar repousa em algo simples e extraordinário: uma teia de aranha, bordada com delicadeza, presa ao centro da grade da varanda. Ali, tão ténue e frágil, parece conter em si uma poesia subtil, escrita em fios finos e quase invisíveis.
Ao observarmos essa delicadeza, sentimo-nos
parte de algo maior. Aquela teia convida-nos a contemplar não apenas o detalhe,
mas a entender como somos todos envolvidos em redes invisíveis, unindo o
particular ao universal, o pequeno ao imenso. É uma pequena verdade revelada no
silêncio da manhã: mesmo o mais diminuto dos elementos participa da dança do
cosmos, como nós, que, em meio ao nevoeiro, despertamos!
(In, A Aurora do Lima, Ano 170, Número 01, quinta-feira, 09 de janeiro de 2025, p.17)
Sem comentários:
Enviar um comentário