Paradoxalmente, quanto mais lemos, mais sentimos a vastidão da nossa ignorância. Cada obra concluída não representa o fim de um percurso, mas a abertura de novas interrogações. A biblioteca é, então, um cosmos em expansão, onde a obsessão por preencher lacunas encontra sempre mais espaços para explorar. Somos condenados ao mesmo tempo à abundância e à insuficiência, à alegria de descobrir e à melancolia de reconhecer que nunca descobriremos tudo.
E não é exatamente isso
que torna os livros tão fascinantes? A promessa de um encontro que nunca se
esgota, de uma intimidade que nunca se reduz à familiaridade. Assim, viver
entre livros é mais do que acumular saberes – é aceitar a condição humana como
um perene ato de busca, como uma travessia que, ao mesmo tempo que nos prende
ao infinito, nos lembra de nossa pequenez.
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